quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Cuidar sozinha de casa, sim ou nao?!


Quem muda do Brasil para o exterior sabe do que estou falando..nao digo que a qualidade de vida caia porque nao é verdade, mas muitas mordomias brasileiras nao sao comuns de se encontrar por aqui.
Por exemplo, eu cresci tendo empregada doméstica. E como nao poderia ser diferente a minha se chamava Maria. Meu Deus, que pessoa boa! Ficou mais de 30 anos na casa de meus pais! Era a "faz tudo" e sem tempo feio! Sempre com alegria, dando ordem se precisasse, rodando a tamanca se eu e meus irmaos começassemos a apavorar a casa, dona de uma cozinha deliciosa, aquela bem bàsica mas com jeitinho de aconchego, feijao, arroz, carne...simples  e caseira. Barulho era o que nao faltava! Acordar e deixar ela fazer minha cama era algo natural.Eu adorava quando chegava da rua no fim do dia e ela ,ainda trabalhando, estava com o sonzinho ligado na radio "AM" enquanto terminava de passar umas roupinhas da familia.
Hoje, morando sozinha e longe de casa, nao consigo me imaginar nessa situaçao! Nao sei se me distanciei do lado "dondoca" ou por fazer tudo eu mesma desde que casei, nao consigo permitir que entre na minha casa uma terceira pessoa para colocar ordem no coreto. Nao pensem que eu nao fazia minha cama, foi um exemplo bobo para entenderem que minha realidade era aquela de por fortuna ter quem fizesse muitas coisas do dia a dia para mim. Mas aprendi a lavar, limpar e manter uma casa em ordem enquanto fiz meu papel de filha na casa dos meus pais.
Senti muita dificuldade em passar roupas quando cheguei aqui e fui aprendendo aos poucos com roupa sem valor e - vou criticar minha mae ,hehe - por "cuidado extremo" da parte da mesma nunca havia tocado num ferro de passar. Cozinhar nunca me interessou, à parte as tardes de pipoca e brigadeiro ou seja, até arroz precisei aprender através de receita, lendo e errando. Mas cheguei là. E tudo isso refletiu  hoje no meu novo modo de ver essa situaçao pois nao gosto de pensar em ter empregada do lar.Poderia ter sido o oposto.  Nao penso que seja porque no momento sou dona de casa, sabe quantas donas de casa brasileiras eu conheço que tem empregadas semanalmente/diariamente?! Nossa, muitas! E sao acostumadas assim, se sentem tao angustiadas no dia em que a empregada falta pois precisam pensar em como passar um pano no chao ou fazer o feijao para o filho mais velho ir para a escola de estomago cheio! Nao sao crìticas. Sao comparaçoes de como a adaptaçao na vida é tudo. Hoje a minha realidade é outra e me adaptei. E tem quem me diga "mas pense, nao seria òtimo ter alguém que faça tal coisa para voce?" Claro! Mas todos os dias? Nao, obrigada. Prefiro chegar no fim do dia com dor nas costas, cansada mas saber que fiz do meu jeito, talvez porque sou perfeccionista e muito veloz no que faço, nao suportaria deixar para amanha certas coisas.
Existem sim coisas que prefiro chamar alguém para fazer e que hoje me permito de nao fazer, como: lavar janelas e passar roupas. Pensa: uma senhora começou a vir em casa por gentileza da tia de meu marido, toda santa quarta feira para passar roupas. Ela é òtima e nao passa de 1:30 passando as roupas. 'E sensacional! Nao me incomoda, super discreta e quando termina vai embora. Eu entao organizo as roupas para lavar na maquina em modo que até terça feira estejam todas limpas no cesto de roupas para passar e , tcharam, na quarta feira de manha jà està tudo em ordem! E olha, eu gosto de passar roupas, mas ter alguém que me faça esse serviço ajudou muito a descarregar uma tarefa que me impedia, talvez, de estar mais tempo com meus filhos. 
Enfim...hoje nao me acostumaria a ter uma pessoa sempre em casa, mas nao excluo a possibilidade de chamar de tanto em tanto alguém para fazer aquele faxinao que dà preguiça sò de pensar quando deixamos por muito tempo a casa de lado, ou, quando precisamos viajar ou receber alguém e a casa precisa estar com aquele ar de limpeza feita por outros, rs! A conclusao para mim desse argumento "casa e ajudante" é a seguinte: estou bem sozinha e feliz, mas nao estou fechada às opçoes em chamar alguém em casa quando me dà na telha, quando sinto que estou precisando, ninguém precisa também ser extremo no tal "8 ou 80", nao é mesmo?!
E voce, como se ve hoje? Qual sua experiencia?O que pensa do assunto?Vamos trocar idéias!



6 comentários:

  1. Olha que legal o tema do teu post. Nos meus 10 anos de vida no exterior nunca tive alguém que me ajudasse. Nem antes e nem depois de ter filho. Realmente isto por aqui é um "luxo". Tenho amigas q vez q outra vai alguém ajudar no faxinao, mas nao passa mais do que isto.
    E nòs, que agora estamos indo morar no Brasil, hà algum tempo atràs, fazendo càlculos pra ver se valia a pena ou nao, entrei em contato com famìlia e amigos pra ter uma idéia de qto sairiam nossos gastos. E sabe qual foi um dos primeiros gastos da lista que me disseram? Empregada. Acho que esta ajuda externa jà està tao inserida na rotina dos brasileiros que, no balanço mensal de uma casa, isto passa a ser um gasto fixo.
    Tb sou um pouco reacea a ter alguém de fora em casa. Jà te contarei mais detalhes ;)
    Bjos!

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  2. Oi Tati, que legal q vc curtiu o post. Sao pensamentos que a gente vai adquirindo nessa nova adaptaçao fora dos nossos costumes né? Com meus conhecidos também, a parte de despesas mensais tem sempre dentro o trabalho doméstico, quase que rotina natural.
    Claro que ter uma ajuda para um trabalho pesado nunca é demais, mas acho que nòs brasileiras crescemos numa realidade bem diferente que no resto do mundo nos deixando quase "dependentes" de algo nao tao necessàrio..mas aì é uma longa discussao jà que existem a comodidade, a contra-mao, o benefìcio, entre tantas coisas rss!
    Aguardo mais detalhes, bjinhos!

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  3. Oi Daphne,por acaso entrei neste blog.Eu tambem moro na Italia e tenho duas filhas.A realidade aqui na Italia e bem diferente quanto a isso ,ne?Eu tenho uma ajuda semanal ate porque o custo aqui e enorme,quase um luxo.Mas me acosrumei e sinceramente quando vou de ferias para o Brasil e converso com amigas ate mes o familiares o assunto e sempre o mesmo:empregada!Ah..esqueci ...babas tambem!Mas sabe de uma coisa ? Adorei ter me "virado"sozinha e ter ensinado as minhas filhas o senso de responsabilidade que se deve ter com o ambiente em que se vive.Simples regras:arrumar a cama,colocar toalha molhada secar ,roupa suja na cesta etc Nao gosto de ter ninguem estranho em casa,e quando vem a faxineira saio de casa sempre! rsrsrsrUm abraco !Legal esse espaco para trocar opinioes,moro em Florenca e tenho pequeno mas otimo de brasileiras com filhos e uma vez por mes nos encontramos !A hora do cafezinho e otima!!

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  4. Oi! Como voce se chama?Tem algum contato para trocarmos mais idéias!? Que legal esse grupo de brasileiras que se reune 1 vez ao mes.
    Pois é, a cultura por aqui é diferente e acabamos nos adaptando "per forza maggiore" rs, mas no fim ,ao menos ao meu ponto de vista, nao é assim tràgico como muita gente possa pensar. Tbm conheço mulheres no Brasil, algumas sem filhos, que nao vivem sem ajuda doméstica, é tudo questao de costume, serà?!

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    1. Daphne,meu nome e Debora,sou gaucha ,moro em Florenca e tenho duas filhas de 18 e 12.Sou a unica do "gupo"comm filhos grandes, todas as outras tem filhos pequenos e nossos encontros sao uma otima ocasiao para trocar ideias, falar sobre educacao, sobre escolinhas,pediatras etc ...Vou continuar seguindo o teu blog mas podemos trocar e-mails tambem Um abraco

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  5. Que legal ,Debora! Quem sabe podemos marcar um encontro pela bota italiana!? Tenho tbm um blog de viagens, se quiser conhece-lo: www.mixpelomundo.blogspot.com
    Bjs e obrigada pela participaçao!

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