Hoje é um dia especial, conseguimos organizar vàrias mamaes brasileiras espalhadas pelo mundo para escrever o mesmo tema com pontos de vista de cada local estrangeiro em relaçao ao sistema sanitàrio de onde moramos atualmente, no meu caso: Italia.
Estou na minha segunda gravidez e falarei sobre o prenatal. Muitas coisas mudaram em relaçao à primeira gestaçao. Nao sò os sintomas sao diferentes mas principalmente, quem està me acompanhando nessa gravidez e, assim posso comentar sobre as duas experiencias que tive e estou tendo!
Quando engravidei do meu primeiro filho eu estava morando na Italia somente ha 2 anos entao, ja partindo da falta de conhecimento e amizades, tudo era novo, tudo precisava ser pesquisado, sem contar que mamae de primeira viagem costuma ser do tipo ansiosa, que vai atràs de tudo(ainda mais com a facilidade da internet!), se preocupa o dobro e às vezes dà mil voltas para finalizar em um simples contexto.
Na minha primeira experiencia me dirigi a um centro de ajuda à comunidade, uma espécie de ASL. Mas para minha surpresa, essa primeira consulta paguei na faixa de 20 a 30 euros, nao lembro ao certo. Era um médico, que por sinal é de nome na minha cidade e foi muito atencioso. Foi ali que escutei o coraçaozinho do Matteo pela primeira vez e peguei a requisiçao para os primeiros exames de sangue. Nao voltei mais. Preferi conhecer a ASL do meu bairro. Logo de cara nao gostei da obstetra(na minha cidade a obstetra nao realiza parto nem é autorizada a dar requisiçoes de exames, por isso de tanto em tanto somos consultadas seja por uma obstetra quanto por uma ginecologista), nao gostei porque era fria e seca, mas percebemos, meu marido e eu, que era uma òtima profissional e era esse o ponto importante para eu me sentir segura durante a gravidez, principalmente num paìs aonde eu ainda nao havia ginecologista de confiança. A ASL nunca nos cobrou nada, nem consultas ou requerimentos para exames. Essa diferença da saùde publica italiana comparada ao Brasil é gritante pelo fato da qualidade no atendimento. No Brasil se voce nao tiver um plano de saùde, que normalmente tem um valor salgado todo mes, voce vem acompanhada pelo SUS que , nao generalizando pois sempre existem exceçoes, tem fila de espera, mal atendimento e falta de profissionalidade.
Quando eu cheguei ao sétimo mes levantei a questao da diferença de RH entre eu e meu marido- que descobri lendo sobre o assunto por acaso na internet!- e ,foi ai que fiquei pasma com a falta de conhecimento da obstetra da ASL que dizia nao ser importante eu tomar a antiimuglobina para proteger meu organismo e do feto. Por esse motivo e também por escolher o parto cesàrio nao aconselhado(meu problema cardìaco nao é do tipo grave, eu quem nao sentia segurança em enfrentar o trabalho de parto), fui à procura de uma médica particular. Cada consulta eu pagava em torno de 70 euros, dentro do consultorio em todas as consultas eu tinha direito à ultrassom. Ao iniciar nossa consulta ela ja foi falando sobre a diferença sanguinia entre eu e meu marido, sem que eu tocasse no argumento e, ficou indignada quando eu disse que nao havia feito a tal imuglobina, fazendo na mesma hora a requisiçao! Adorei a profissionalidade, era um modo, digamos, mais moderno que na ASL, mas a frieza continuava a mesma, nao sabia o que pensar, se eram todos os medicos assim ou se era o fato de ser estrangeira que me tratavam mais friamente..
Escolhendo o parto cesàrio pensei quanto deveria pagar, afinal, nao foi indicaçao e sim preferencia minha. Fiquei de boca aberta ao saber que TUDO, médicos, sala, parto, internaçao, remédios, injeçoes, TUDO sairia gràtis, sem pagar nada!! Isso é muito positivo, ainda mais para um estrangeiro que acaba de chegar a um novo paìs! Ja imaginaram a conta em euros?!!
Deu tudo certo e a melhor lembrança que tenho do sistema de saude italiano, infelizmente està ligado ao fato do Matteo ter ficado internado apòs eu voltar-sozinha-para casa, devido a um problema de glicemia. A ala de uti neonatal me surpreendeu, novas enfermeiras, muito mais atenciosas e dedicadas, quase psicologas! Tratamento vip para os pais da criança, enfim, tudo deu certo!
O ruim em meio a tudo isso foi um pouco a falta de conhecimento e alguns exames que fiz em laboratorio privado pagando taxas mais altas que no proprio hospital e, mtas vezes a ginecologista escrevia o nome do exame numa folha branca e de la eu deveria ir ao médico de familia para que ele fizesse a requisiçao, era um tempo perdido entre um medico e outro...sem dizer que esse medico de familia muitas vezes errava o modo de escrever o exame(para gràvida tem termos diferentes) e, ao invés de eu ser beneficiada acabava pagando..Essa é a experiencia de uma "novata", que na segunda gravidez està mais preparada e com mais conhecimento para nao errar duas vezes, hehe.
Por isso, a experiencia dessa nova gravidez està indo de vento em popa, tenho seguido na ASL, com uma nova obstetra, que adorei conhecer, me dà dicas, conselhos , puxao de orelha e é gentil! Os exames todos em hospital estao sendo gratuitos e as enfermeiras dessa vez sao mais afetuosas!hehe, mais sorte estou tendo! Unica coisa que hospital nao tem jeito, mesmo tendo a ala para gestantes e crianças acaba pegando fila e perdendo umas duas horas no hospital para retirar sangue enquanto, laboratorio privado vc paga alguns euros à mais mas em compensaçao a fila anda bem mais ràpida, eheh. Desta vez a ASL pode fazer a requisiçao para o parto cesàrio visto que meu parto anterior foi cesàrio, mas de qualquer jeito eu quero retornar à outra gineco particular, gostaria que fosse a mesma a realizar meu parto, visto que graças a Deus o parto do
Matteo deu tudo certo . De qq jeito, se eu optasse pela ASL, todos os médicos do hospital sao conhecidos e de nome, uma consulta particular com um deles(desses que realizam o parto caso vc chegue de improviso), sairia nada menos que 200 a 300 euros a consulta!
Novamente temos a chance de sermos acompanhados gratuitamente durante todas as consultas e, dessa vez no consultorio da ASL tem tambem aparelho de ultrassom, ou seja, faço a ultra durante a consulta sem pagar 1 euro!, e o parto cesàrio tbm realizado sem despesas.
Comparando a parte economica dos dois paìses, as burocracias , fico com a Italia. O que me deixa chateada em nao estar no Brasil gràvida é o fato de minha ginecologista de anos nao poder ser minha médica nesse momento tao especial e, a maternidade no Brasil que voce pode escolher por um quarto sò seu, com direito a acompanhante para dormir. Aqui, ao menos a experiencia que tive com o Matteo foi: dividir o quarto com 3 mamaes, o papai tinha livre acesso somente em algumas horas do dia, as visitas tinham somente 1 hora disponivel, e ninguem da sua familia poderia dormir no quarto com voce..se eu quisesse algo do genero, ai sim, tinha que pagar a parte , nao lembro ao certo, mas me parece 2000 euros ao dia e, se eu chegasse em um dia muito tumultuado de partos, poderia esquecer a idéia, pois o hospital nao é maternidade exclusiva, ou seja, nao existem tantos quartos disponiveis caso o numero de mamaes parindo naquele dia fosse muito alto, entao optei por dividir o quarto e, olhem, nao foi de tudo um mal, pelo contràrio, fazemos amizade com outras mamaes e aprendemos mais ràpido a nos virar, assim quando chegamos em casa com aquele pacotinho nos braços, estamos mais do que treinadas, hehe!
Não deixe de ler a experiência de outras mães em outros paìses, segue o link das demais amigas pelo mundo afora falando sobre o mesmo argumento: